Secretário Municipal de Esportes Thiago Milhim anuncia a implantação de seis Polos Regionais de Esportes em São Paulo com alguma modalidade específica e promete reformar todas as estruturas dos 47 Centros Esportivos de São Paulo. Afirma ainda que o Programa Rede Olímpica é um dos principais projetos para descobrir talentos de alto rendimento.

A Olimpíada de Tóquio abre um leque sobre quem pode praticar esportes no país. O Brasil chegou às Olimpíadas com 309 atletas, e grande parte não recebeu nenhum apoio do Governo. A maioria vive com uma renda bem restrita e não possui nenhum tipo de patrocínio. Praticar esportes no Brasil é uma tarefa difícil, principalmente nas periferias onde os centros esportivos não estão presentes. A reportagem do jornal O Bairro entrevistou Thiago Milhim, secretário da pasta da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer da prefeitura de São Paulo, que falou sobre os projetos atuais e futuros relacionados ao esporte.
Basta acessar a página na internet da Secretaria Municipal de Esportes e lazer e teremos todas as informações sobre todos os equipamentos públicos de São Paulo. Ao todo, são 47 Centros Esportivos Municipais que possuem uma programação de mais de 300 atividades esportivas, além de espaços como playgrounds, brinquedotecas, salas de ginástica, salão de jogo, piscinas e demais espaços que abrigam uma ou mais modalidades, sendo o Centro Olímpico, a “cereja do bolo”, onde ficam as revelações esportivas. Entretanto, todas estas informações não correspondem ao cenário real, pois a maioria destes espaços fica, distante das periferias, onde se concentra a maior parte da população, principalmente os jovens.
Antes da pandemia causada pela Covid-19, a reportagem do jornal O Bairro Cidade Ademar, visitou alguns destes centros esportivos, como o Centro Esportivo Ibirapuera Mané Garrincha em Moema e também o Centro Esportivo Municipal Joerg Bruder, em Santo Amaro. Nestes locais, nos anos 80, existiam praticamente escolinhas de todas as modalidades esportivas. “Hoje não tem mais professores. Há anos algumas modalidades nem existem mais aqui”, disse um funcionário que não se identificou no CEI. O mesmo cenário se repete em outros centros esportivos.
Diante desta situação, o secretário Municipal de Esportes e Lazer Thiago Milhim relata que o Programa Rede Olímpica é um dos principais projetos da secretaria, que visa descobrir atletas para aulas e treinamento de alto rendimento, e aposta na implantação dos seis polos esportivos na cidade. Entretanto não divulgou onde serão estes polos, muito menos, em quais bairros irão funcionar.
Tudo indica que estes polos serão definidos após as reformas nos equipamentos esportivos e, de acordo com o secretário a SEME (Secretaria Municipal de Esportes) após as obras concluídas organizará Festivais Olímpicos para selecionar atletas para o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa. Esses jovens serão observados e que se destacarem e quiserem terão a oportunidade de treinar para serem atletas de alto rendimento.
Thiago Milhim diz também que no passado o quadro de profissionais já foi quatro vezes maior que o de hoje e, por questões administrativas de governos anteriores chegou ao que se vê nos dias de hoje.
Veja a entrevista:
Jornal O Bairro – As Olimpíadas poderão influenciar jovens às práticas esportivas, como a prefeitura trabalha o esporte amador na cidade? Existem alguns projetos específicos?
Thiago Milhim – Uma das principais metas da Gestão Bruno Covas, orientada pelo prefeito Ricardo Nunes, é a criação do programa Rede Olímpica. O objetivo desse programa é oferecer às crianças e jovens aulas e treinos de aperfeiçoamento ao esporte de alto rendimento nas modalidades existentes no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa. A SEME irá reformar e adequar à estrutura já existente nos Centros Esportivos para implantar 6 polos Regionais de Esportes. Nesses polos, os futuros atletas serão orientados e observados pelos analistas da SEME. Depois de um período, serão realizados Festivais Olímpicos para a seleção dos melhores atletas, que passarão a integrar a equipe do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em Moema, na sede da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, onde terão todo o treinamento e oportunidade para se tornarem atletas de alto rendimento.
Jornal O Bairro – Os Clubes Municipais no passado, já tiveram várias escolinhas de todas as modalidades esportivas para várias faixas etárias, por que, mesmo antes da pandemia as escolinhas de modalidades como atletismo, vôlei, entre outras modalidades nos clubes estavam paradas?
Thiago Milhim – Nos últimos 10 anos, por questões administrativas, houve uma diminuição no número de profissionais de educação física e também da parte administrativa. Nosso orçamento já foi quatro veze maior do que é hoje. Estamos trabalhando para mudar essa situação.
Jornal O Bairro – Muitas destas escolas de esportes voltadas para as crianças e adolescentes, tinham professores voluntários, como fui informado por funcionários do CEI (Centro Esportivo do Ibirapuera), pois muitos professores já se aposentaram e não houve mais concursos ou professores contratados para estas modalidades. Isto de fato acontece? Como são contratados os profissionais do esporte para trabalhar com as crianças nos clubes municipais?
Thiago Milhim – Um decreto de 2017 considera serviço voluntário a atividade não remunerada e sem subordinação, prestada por pessoa física a órgãos públicos ou entidades integrantes da Administração Pública Municipal, que tenham objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, técnicos, consultivos, recreativos ou de assistência à pessoa. Anteriormente ao decreto, os serviços voluntários aconteciam sem fiscalização e ou regras, o que mudou com o desenvolvimento e o sucesso do AME (Amigos do Esporte) que está diretamente ligado à participação da sociedade civil na realização de atividades de interesse público, a fim de praticar o ato do voluntariado, mas nos últimos anos houve uma queda no número de voluntários profissionais de educação física. Com isso, a única forma de manter e ou ampliar o atendimento das crianças e também adultos e 3ª idade nos clubes é por meio de parcerias com Organizações Sociais da Sociedade Civil (OSC) que acontece através de Chamamento Público, com recursos da SEME.
Jornal O Bairro – Há algum projeto que possa envolver as crianças e os jovens da periferia junto ás escolas na área esportiva?
Thiago Milhim – O programa Rede Olímpica, como já dissemos, terá 6 polos justamente para contemplar as regiões periféricas de São Paulo.
Jornal O Bairro – O Centro Olímpico é um local de excelência esportiva, há algum projeto de descentralização de espaços como o do Centro Olímpico?
Thiago Milhim – As crianças e jovens que se destacarem no programa Rede Olímpica serão encaminhadas ao Centro Olímpico para terem a oportunidade de se tornarem atletas de alto rendimento.
Jornal O Bairro – Nas periferias, os únicos espaços esportivos são os CDCs, entretanto, só são contemplados o futebol. Há algum projeto que estes espaços também possam ter outras modalidades?
Thiago Milhim – Os Clubes da Comunidade são equipamentos de administração indireta. Cada um deles tem a autonomia para trabalhar a modalidade esportiva que julgar mais adequada. Há Clubes de Administração Direta da SEME que estão localizados na periferia e atendem aos munícipes com atividades físicas e esportivas.
Jornal O Bairro – Como o esporte pode fazer parte da comunidade na Periferia com o devido acompanhamento de profissionais para possíveis competições?
Thiago Milhim – A SEME tem em sua missão o desenvolvimento de políticas públicas de esportes e lazer. Nosso objetivo principal nos Centros Esportivos é que o esporte tenha como base a formação de cidadãos e sirva como inclusão social. Os campeonatos criados e executados pela SEME (Jogos da Cidade, Circuito Esportivo, Taça São Paulo – futebol feminino e masculino) – e outras modalidades contemplam equipes de todas as regiões da cidade, inclusive a periferia.
Jornal O Bairro – Há alguma programação esportiva aberta à população após a pandemia?
Thiago Milhim – A programação esportiva na cidade de São Paulo será retomada de forma gradativa, de acordo com as orientações do Centro de Contingenciamento do Corona vírus e seguindo os protocolos sanitários. Teremos no dia 29 de agosto uma corrida de rua que será o primeiro grande evento teste na cidade. A partir daí, todas as atividades serão retomadas.
Jornal O Bairro – Como as crianças, jovens e adultos que queiram praticar algum esporte devem fazer Para se matricular em algum clube e procurar a sua modalidade esportiva?
Thiago Milhim – Basta procurar o Centro Esportivo mais próximo de sua casa com documento de identidade e comprovante de residência.
Jornal O Bairro – Quais ou qual projeto que a Prefeitura vem trabalhando na área do Esporte?
Thiago Milhim – É o programa Rede Olímpico.
Jornal O Bairro – Há algum projeto de criação de mais clubes esportivos na cidade?
Thiago Milhim – No momento não, mas todos estão passando por revitalizações e reformas para melhor atender os munícipes.
Jornal O Bairro – Para finalizar, qual o recado que daria para a População sobre a pratica esportiva?
Thiago Milhim – Estamos tomando todas as providências para o retorno das atividades em nossos Centros Esportivos e demais programas apoiados pela SEME. A pandemia nos ensinou o quanto é importante cuidar da saúde até mesmo para podermos cuidar das pessoas que amamos. Então o meu recado para a população é: vamos sair do sedentarismo, vamos praticar esportes. A pandemia também nos ensinou que é possível fazermos exercícios físicos em casa. Os analistas da SEME gravaram muitos vídeos nesse sentido que estão em nossas redes sociais. O que importa é estarmos em movimento.
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