Todos os posts em: Opinião

Revolução em mulher

Por Professor BetinhoExpresso Periférico Existe uma máxima popular que diz que a única certeza da vida é a morte. O destino é incerto, não controlamos quase nada e caminhamos dia a dia para o fim, tentando fugir da morte sem saber exatamente onde ela nos encontrará. Essa certeza da finitude, ante de tantas incertezas que nos acompanham, faz com que cada momento deva ser vivido de forma especial e único, pois, no fundo, é exatamente isso. Outra questão importante é refletir sobre quem escolhemos para ser nossos ídolos, nossos heróis. Porque, na verdade, essa escolha também determinará quem somos enquanto aqui estamos. Os últimos anos têm sido especialmente difíceis, com muitas perdas, muita dor. Foram três anos de pandemia de Covid-19. Muita gente boa, próxima ou não, se foi. Nesse período, perdi também minha maior referência, minha querida mãezinha, numa passagem bastante traumática para mim, mesmo não tendo sido Covid a causa de sua morte. Escrevi e postei em redes sociais sobre esse momento e decidi não postar mais sobre mortes de personalidades que estavam …

Gordofobia no jornalismo: o preconceito que as redações teimam em enxergar

Agnes Arruda é jornalista, mestre e doutora em Comunicação “Oi, eu me chamo Agnes e eu sou uma mulher gorda”. É com essas palavras que costumo me apresentar quando me chamam para falar sobre a minha pesquisa. Não que quem me veja não identifique em mim, com 120Kg, uma gorda; mas é que quando a gente está nesse lugar, por maior que a gente seja, parece que menos as pessoas são capazes de nos enxergar… Como gente! Tem sido assim a vida toda, mas o nome para isso eu descobri tem pouco tempo: GORDOFOBIA. Sim, esse preconceito que a gente sofre no trabalho, em casa, na rua, nos relacionamentos, do pai, das amigas, da turma da faculdade, do sistema de saúde, da indústria da moda, dentro do transporte público, no cinema, nos bares, ou seja, institucionalizado como todo bom preconceito é. O grande lance da gordofobia talvez seja que quem sofre o preconceito, também se sente culpada. Pessoas gordas são acusadas de serem preguiçosas, desleixadas, sem força de vontade, amor-próprio, autocuidado, higiene… Só para citar …

Educação: Pelo engajamento dos coletivos, organizações de bairro e comunidade nas escolas

Recentemente participei de um programa de intercâmbio do Governo Brasileiro em Ohio nos Estados Unidos voltados para os professores da Rede Pública brasileira. Uma das coisas que me chamaram atenção nas aulas de metodologia, é como os americanos admiram Paulo Freire e como estas técnicas são implantadas nas escolas públicas das terras do Tio Sam. Parece estranho?! Mas não é! A forma como eles atuam neste engajamento da escola com a comunidade é muito peculiar e de representatividade, capaz de construir a relação de pertencimento. Diferente do Brasil, onde a escola é praticamente um depósito de estudantes e mesmo dentro das periferias, a impressão que dá, é que ela é apenas um ponto de referência, porém, muitas vezes afastada da comunidade. Sabemos que o papel da comunidade na periferia é fundamental para o desenvolvimento e crescimento de uma região. Quando a comunidade se une e trabalha em conjunto, é possível alcançar grandes realizações e melhorar a qualidade de vida de todos os moradores. Ao visitar algumas escolas públicas nos EUA percebe-se que há um engajamento, …

Pq Ibirapuera tem que voltar a ser do povo

Muitos foram ao parque pensando que o evento era gratuito, porém os shows aconteceram em um espaço reservado com igressos custando cerca de R$ 200. Racionais Mcs e Marcelo D2 foram algumas atrações particulares dentro do parque público. O Parque Ibirapuera, cartão-postal da cidade de São Paulo, está sob responsabilidade de uma empresa privada, a Construcap, sob o nome Urbia, desde 2019. A empresa assinou contrato com a prefeitura para assumir a gestão no dia 20 de dezembro daquele ano, mas só começou a efetivamente gerir o espaço em outubro do ano passado. Além do Ibirapuera, considerado a cereja do bolo desse contrato, outros cinco parques também faziam parte do pacote, que prevê a exploração comercial destes espaços. A princípio gerou um grande debate em relação a suposta cobrança para ingressar no parque, o que não aconteceu para os pedestres, ao contrário para quem quer estacionar, que paga uma taxa de R$ 12 durante a semana e R$ 14 aos finais de semana. Além disso, a empresa colocou inúmeras bicicletas e triciclos a disposição. Não …

Empatia não é verbo!

Está na moda uma palavra muito bonita que é “empatia”, um substantivo que se define em se colocar no lugar do outro. Palavra moderna que é utilizada nas mídias sociais, imprensa e principalmente na educação. Se colocar no lugar do outro, tornou-se uma forma que combater as injustiças ou até mesmo de se fazer justiça com determinadas ações, quando as dificuldades do outro é identificada. Entretanto, muitas vezes esta palavra não é verbalizadas como deveria. Se colocar no lugar do outro pode trazer, na maioria das vezes, apenas a “comoção” de tentar sentir o que o outro está passando, ou sentindo, ou ainda… Sofrendo. E na maioria das vezes não há ação necessária pela falta de recursos, tantos físicos, psicológicos ou materiais. Isto porque, a visão “empática” é sempre de mão única, ou seja, acontece sempre na posição privilegiada de uma pessoa em relação à outra. Não é uma via de mão dupla, onde um se coloca no lugar do outro, mas sim de quem está em uma posição superior em relação ao outro. Palavras …