A romantização do subemprego como empreendedorismo
No inicio dos anos 2000 fui contratado por uma entidade comercial para publicar um jornal empresarial. Durante a reunião de pauta o presidente da entidade sugeriu o grande tema “Empreendedorismo”, era uma palavra que começava a ser entoada pelos empresários e líderes governamentais como a principal política neoliberal. Naquela época, no inicio do governo Lula, não tínhamos a real definição da palavra, muito menos da política e das reformas trabalhistas e principalmente da maior crise política do país agravada com a pandemia, que transformou a palavra “empreendedorismo”, como uma nova roupagem para definir “subemprego”, ou em outras palavras, o desemprego. Fiz uma matéria enorme com vários exemplos de “empreendedores” que faziam empréstimos de R$ 2 mil para comprar um carrinho de pipocas. Anos mais tarde, a ficha caiu. Tudo que estamos assistindo na grande mídia e também nos discursos de várias autoridades nada mais é que a “romantização” de uma das maiores crises já vividas no Brasil. Afirmar que vender bolos, marmitex, sanduiches, são os novos empreendedores é uma das maiores mentiras veiculadas pela televisão. …